O furacão Patricia, o mais poderoso fenômeno do tipo já registrado no mundo, chegou à costa do México no Oceano Pacífico no início da noite desta sexta-feira. Os ventos atingem 265 km/h. Autoridades e população estão em alerta máximo para a passagem de Patricia, que deve atravessar o país da costa oeste à leste.
O aquecimento do oceano fortaleceu o furacão, que alcançou categoria 5, a maior na escala Saffir Simpson, segundo o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). O furacão avança em direção ao Porto de Manzanillo, no estado de Colima, na costa oeste do México, informou o NHC. "Espera-se que Patricia ganhe mais força esta noite e continue sendo um furacão extremamente perigoso quando tocar o solo", acrescentou o órgão.
O governo mexicano declarou estado de emergência e ordenou a evacuação de povoados e a retirada de turistas mexicanos e estrangeiros do balneário de Puerto Vallarta, no estado de Jalisco. Estima-se que cerca de 21.000 turistas mexicanos e 7.000 estrangeiros estivessem no balneário.
As autoridades advertem que um furacão dessa magnitude é capaz de levantar carros, destruir casas que não são cimentadas e, portanto, pode arrastar as pessoas que estiverem nas ruas. De acordo com o Fundo Nacional de Desastres do Interior, cerca de 400.000 pessoas vivem em áreas vulneráveis ao fenômeno.
Na zona, há "1.782 abrigos com capacidade para 259.000 pessoas, que serão ativados, se for necessário", informou o coordenador nacional de Defesa Civil, Luis Felipe Puente, em entrevista coletiva. "Continuamos patrulhando as comunidades aqui na costa, tanto na área de Puerto Vallarta, como em Melaque e La Huerta, alertando a população mais vulnerável para colocar em segurança", disse o diretor da proteção civil, em Jalisco, José Trinidad López Rivas.
O diretor da Comissão de Água, Roberto de la Parra, comentou que duas represas em Jalisco estão sendo drenadas, devido às fortes chuvas que Patricia deve provocar.
As aulas em Guerrero (sul) foram suspensas e, em Colima, os colégios não abrem a partir desta sexta-feira.
O Serviço Meteorológico do México transmitiu um aviso de "zona de vigilância pelos efeitos do furacão" nos estados de Guerrero (sul), Michoacán, Jalisco, Colima e Nayarit (oeste), na costa do Pacífico e onde estão previstas chuvas intensas.
Histórico - A rede britânica BBC listou alguns dos mais fortes furacões dos últimos 50 anos:
Tufão Tip (outubro de 1979): com ventos de 300 km/h, matou 99 pessoas por onde passou, no Oceano Pacífico, principalmente no Japão
Furacão Allen (agosto de 1980): provocou a morte de cerca de 300 vítimas no Haiti e muitos estragos no Texas, EUA, com seus ventos de 300 km/h
Ciclone 02B (abril de 1991): mais de 138.000 pessoas morreram em Bangladesh e deixou milhões de desabrigados
Ciclone Odisha/Paradip (outubro de 1991): o mais forte registrado no Oceano Índico matou 10.000 pessoas, grande parte na Índia
Furacão Katrina ( agosto de 2005): atingiu os estados americanos deLouisiana e Mississippi. Seus ventos de 280 km/h resultaram na morte de 1.836 e em um prejuízo de 81 bilhões de dólares
Furacão Wilma (outubro de 2005): com ventos de 295 km/h, provocou a morte de 87 pessoas no Caribe e Golfo do México
Tufão Haiyan (novembro de 2013): a mais forte tempestade já registrada até a formação do Patrícia teve ventos de 315 km/h e devastou parte das Filipinas. Mais de 6.000 pessoas morreram
(Com AFP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário